Foi tu quem eu encontrei

Eu procurei por alguém que entendesse o que eu queria.

Que atendesse aos meus desejos e especificidades.
Que fosse a encarnação dos meus pensamentos.
Encontrei você.
Você que ri quando está nervoso, que me deixa constrangida pelo menos uma vez por dia, que fica lindo de azul.
Você que critica minhas músicas, meus livros e meus atores prediletos. Aliás, nem sei se continuam sendo meus prediletos.
Você que me lança olhares de menino quando estou horrorosa e ainda diz que estou linda, que reclama da minha combinação de verde e cinza argumentando que é de velha. Você que adora me ver de tênis, que me pede um saltinho, que gosta dos meus pés branquelos.
Encontrei você que, por coincidência, gosta de ir ao cinema, comer pizza, dormir e ler tanto quanto eu.
Você que me dá bronca, que sabe me colocar no meu lugar, que ajuda a controlar minhas crises de histeria, você que não aceita minhas mimadices (nem sei se essa palavra existe).
Eu buscava por alguém que fosse o retrato perfeito de mim, mas, veja só, encontrei você.
E posso afirmar, defender em tese, que foi bem melhor que minha cópia.
Por que teus defeitos se encaixam nos meus detalhes, tuas qualidades dão cor pro dia de verão com cara de outono, teu queixo tem o formato exato da lateral do meu pescoço, o topo da sua cabeça vai até onde minha mão alcança.
Tu se sai bem melhor do que minha cópia sairia, simplesmente pela sinceridade despejada sem censura, pelas bobagens que eu adoro acompanhar, por querer me ver sempre bem, por festejar minhas conquistas, e não se vangloriar com sua inteligência pura e aplicada.
Uma banda meio breguinha-romântica (Cogumelo Plutão) que conheci há uns dez anos dizia em uma canção, que seria regravada por uma pá de gente depois, “Você é a tradução do que é o amor”.
Acho que deu pra entender, né?