Há muito mais para se dizer

Eu não sei bem qual a lógica das coisas ou como funcionam os sistemas para as pessoas se encontrarem, mas um dia eu topei com você em uma turma de faculdade que eu rezei pra não existir.
Não demorou nada e caímos nos encantos um do outro. Então, de repente, sem ninguém forçar a barra, enquanto eu ouvia minhas canções favoritas e lia os livros que você detesta, enquanto eu respirava, piscava, vivia, seis meses se passaram.
Tudo muito rápido. Tudo muito intenso. E de uma forma estranhamente perfeita eu sinto que te conheço há muito tempo.
Estou te desvendando e me deixando ser também. Através da ponta de dedos, dos olhares silenciosos, dos beijos cheios de primeiras, segundas e terceiras intenções.
Quase sem querer eu fui me encantando por teus olhos grandes de menino, seus tiques enquanto assiste filmes, seu cabelo sem vestígio de shampooo, sua mão de dedos compridos, seus 20cm a mais que eu. Todos esses detalhes que reparo em um segundo e desejo sem prazo de validade.
Fui me encaixando à sua volúpia, ao cheiro de vontade, pernas entrelaçadas, o teu suspiro ao pé do ouvido, meus beijos em tua nuca. Sexo embalado por pluralidade de ritmos e canções que a gente nem distingue. Abalos sísmicos no chão do quarto. Depois é só se encher de felicidade, construir sonhos e promessas, abraços sem palavras, brincadeiras infantis, minha risada ecoando pelos cantos e seu olhar pairando sobre mim. Eu poderia ficar assim por uma vida.
Uma vida sem receio dessa urgência de te respirar, de te sentir, de me cobrir de ti para acalmar e dissipar os meus anseios.
A melhor coisa que me aconteceu foi te encontrar no momento certo, quando eu estava preparada pra te ver, te ler, te compreender.
E, embora eu diga que sinto medo disso tudo, a verdade mesmo é que tenho medo de piscar e tu teres ido pra lugares inalcansáveis.
Há muito mais para se dizer...

Eu amo você...