sábado, 12 de março de 2011

Tu me ajuda?

Eu olho as suas fotografias. São tão vazias agora.

Apenas um pedaço de papel frio, sem vida.
Mamãe diz que devo jogar todas fora e eu sempre brinco “Vou deixá-las aí e mostrar pros teus netos o tipo de gente com quem eu me envolvia”.
As recordações que elas me trazem são apenas um borrão, coisas que nem consigo ver direito.
Por que tu vieste, me trouxe uma experiência, me fez conhecer coisas novas, mas foi embora. E não é dizer que foi embora de repente.
Demos sinais constantes durante um ano inteiro que estávamos pulando fora um da vida do outro. E assim foi.
Só não sei por que esperamos pela última gota que fez o copo transbordar.
Essa última gota nos impediu de continuarmos sendo os amigos que sempre fomos, e me impede hoje de entender e aceitar muita coisa.
E eu me culpo muito por isso. Por tentar ir até o fim das forças.
Hoje, vendo tuas fotos com o pai do Gabriel, o meu Gabriel (que sempre quis, e ainda quero em um futuro nem tão distante), eu dou risada, eu brinco.
Mas é daquele tipo de brincadeira que a gente faz com quem não conhece.
Foi isso o que aconteceu há um tempo: tornamo-nos meros desconhecidos.
Volta a mandar notícias, a perguntar da minha vida, mas vamos tentar menos plasticidade dessa vez.
Eu queria te considerar como alguém que posso partilhar minha felicidade. Mas é difícil fazer isso com desconhecidos.
Talvez tu possa me ajudar a entender aquilo que outros à minha volta já entenderam: "Como ser amigo do seu passado?"

Um comentário:

  1. Momentos únicos que não voltam mais. Às vezes pensamos como é que pôde ficar pra trás. Tão distante que parece nunca ter existido. Mas faz uma falta. E dói, como dói...

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Olá caro viajante!
Não sei como chegou até aqui, mas agora que entrou, deixe suas impressões.
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